Quando falamos em dengue nos referimos a uma questão de saúde pública, e por isso é cada vez mais importante que as pessoas tenham conscientização do que se trata a doença, seus sintomas e diagnóstico.
A dengue é uma arbovirose, ou seja, transmitida por artrópodes e neste caso o mosquito responsável pela transmissão é o Aedes aegypti e o vírus fica entre 3 a 15 dias incubado, para depois começar a dar os primeiros sinais e sintomas.
É a doença infecciosa que mais cresce no mundo. Estima-se que 50 milhões de infecções por dengue ocorram anualmente no mundo ocorram cerca de 20 mil mortes, a maioria crianças, todos os anos. No Brasil, em 2018, foram mais de 265 mil casos.
É importante procurar um médico assim que os sintomas começarem! Por isso é importante saber quais são eles.
Prevenção
Uma forma de prevenção é acabar com o mosquito, mantendo o domicílio sempre limpo, eliminando os possíveis criadouros. Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser adotadas principalmente durante surtos. Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia (por exemplo: bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos).
Principais sintomas
Segundo informações do Ministério da Saúde, a infecção por dengue pode ser assintomática, leve ou causar doença grave, levando à morte. Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele.
Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.
Resumidamente o paciente infectado com o vírus da Dengue pode apresentar:
- Febre alta, de 39 a 40 graus;
- Dor de cabeça constante;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Cansaço excessivo sem razões;
- Dores nas articulações;
- Dores nos ossos;
- Pequenas manifestações hemorrágicas podem acontecer nos adultos;
- Dores abdominais generalizadas, principalmente nas crianças;
- Urina com cor diferente, como rosa, vermelha ou marrom;
- Manchas vermelhas em todo o corpo.
Sintomas da Dengue – Ministério da saúde. Disponível em http://combateaedes.saude.gov.br/pt/sintomas
Lembre-se que em caso de suspeita de Dengue, um médico deverá ser consultado.
Virologia
O vírus da dengue (DENV) é um vírus RNA que pertence ao gênero Flavivirus, família Flaviridae. Apresentam propriedades antigênicas distintas que caracterizam quatro sorotipos denominados vírus dengue 1 (DENV 1), vírus dengue 2 (DENV 2), vírus dengue 3 (DENV 3) e vírus dengue 4 (DENV 4).
Vacina contra dengue
Atualmente apenas uma vacina foi licenciada no Brasil, a desenvolvida pela empresa francesa Sanofi Pasteur. Ela é feita com vírus atenuados e é tetravalente, ou seja, protege contra os quatro sorotipos de dengue existentes.
A recomendação do Ministério da Saúde é que a vacina não seja tomada por pessoas que nunca tiveram contato com o vírus da dengue.
Diagnóstico laboratorial
A sorologia é feita pela técnica MAC ELISA, por PCR, isolamento viral e teste rápido. Todos os exames estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). Em caso de confirmação da doença, a notificação deve ser feita ao Ministério da Saúde em até 24 horas. Veja mais sobre Notificação Compulsória.
O isolamento do vírus e a detecção de ácidos nucleicos são mais precisos do que a detecção de antígenos, mas estes testes não são amplamente utilizados devido ao seu maior custo.
A detecção de NS1 durante a fase febril de uma infecção primária pode ser superior a 90%, porém apenas entre 60% e 80% em infecções subsequentes. Vale observar que os testes podem ser negativos nas fases iniciais da doença.
Os testes de anticorpos específicos do vírus do dengue (IgG e IgM) podem ser úteis na confirmação de um diagnóstico nas fases mais avançadas da infecção.
É preciso ficar atendo pois o testes de laboratoriais para os anticorpos IgG e IgM podem reagir de forma cruzada com outros Flavivírus e podem resultar em um falso positivo após infecções recentes ou vacinas com o vírus da febre amarela ou a encefalite japonesa.
Além desses exames específicos, é necessária a avaliação de um hemograma completo. Algumas alterações podem ser esperadas como diminuição do número de plaquetas (células responsáveis pela coagulação do sangue, impedindo que o paciente sangre muito quando se machuca). Mais informações clicando aqui.
A Eco Diagnóstica possui kits de detecção que utilizam a metodologia imunofluorescência.
O ECO F Dengue NS1 é um imunoensaio fluorescente para medição qualitativa de antígenos NS1 do vírus da Dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3, DEN-4) em amostras de sangue total, soro e plasma. Clique aqui para mais informações.
O ECO F Dengue IgG/IgM é um imunoensaio fluorescente para a detecção de anticorpos IgG e IgM específicos para o vírus da Dengue em amostras de sangue total, soro e plasma. Clique aqui para mais informações.
Materiais de Apoio
- Ministério da Saúde – Dengue : diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança. 5ª ed – 2016
- Ministério da Saúde – Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue
- Ministério da Saúde – Dengue: causas, sintomas, tratamento e prevenção
- Ministério da Saúde – Combate ao Aedes aegypti
- Hermes Pardini – Algoritmo de Detecção da Dengue